
Dona Flor e Seus Dois Maridos, um clássico da literatura brasileira oriundo da mente genial de Jorge Amado, tem uma história bastante conhecida. Já foi levada à telona em 1976, pelo diretor Bruno barreto, e à televisão em formato de minissérie, em 1997, por uma adaptação de Dias Gomes, Ferreira Gullar e Marcílio Moraes.
A versão teatral, em adaptação feita pelo diretor Pedro Vasconcelos e pelo ator Marcelo Faria, a intenção é encantar o público com os recursos que o teatro permite e, é claro, trazer a aBahia para bem perto, por meio do Carnaval, da cenografia, dos pratos preparados por Dona Flor e pela trilha sonora.
"No espetáculo, a história é contada desde o início, quando Vadinho e Flor se apaixonam (só no teatro a história começa no início do livro). O público se sente como se estivesse na Bahia. A peça se desenvolve no palco e nos corredores, remetendo às vielas do Pelourinho", conta Faria, intérprete de Vadinho.
A direção musical, assinada por Bruno Marques, é toda baseada na obra de Dorival Caymmi. Na peça, Diogo Brandão interpreta Caymmi e canta, entre outras, Morena do Mar, O Que é Que a Baiana Tem, Acontece Que Eu Sou Baiano e A Vizinha. Parte do elenco o acompanha, em coro.
O espetáculo é um desafio e tanto para os atores. Fernanda paes Leme debuta no teatro.
"Fernanda topou na hora fazer a Dona Flor e era esta a personagem que estávamos procurando: uma mulher forte, mas também doce e delicada. Ela está incrível", comemora Faria.

A Duda Ribeiro, que interpreta Theodoro, o segundo marido de Flor, foi dado o desafio de fazer um personagem sério, extremamente educado. Logo para ele, que veio da comédia.
"Ele encontrou o tom perfeito do personagem", elogia Faria, que precisou se adaptar à malandragem, à dança e ao gingado de Vadinho. Sim, o ator teve de aprender a dançar.
Para quem espera ver Marcelo Faria nu o tempo todo, vale o aviso: em acordo com Vasconcelos, ficou decidido que isso não ocorreria. "Não há necessidade", diz ele, que aparece nu na volta de Vadinho ao mundo dos vivos e no final da peça.
Até 27 de junho, o espetáculo segue em cartaz no Teatro Municipal de Niterói (Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói, Rio de Janeiro). Sextas e sábados, às 21 horas, e domingos, às 20 horas.
*Adaptado do original publicado no jornal A Tribuna em 31 de julho de 2009.